sábado, 5 de maio de 2007


para Sandra Falcone

Sempre acho graças nas promessas
que muitas vezes faço.

Não lhes dêem atenção,
pois estou em movimento
e se assim estou
como respeitar como eterno
o que prometi n'outra sessão?

Sou como um rio
de percurso lento demais
para o que meu sonho espera de mim.
Cada detalhe das margens
atrasam-me mais ainda
e se jogam algo
modificam a paisagem, o leito,
a correnteza enfim.

Tudo muda portanto,
num segundo que dura um dia,
um momento, um ano, uma vida...

Não confiem nas promessas que faço
de maneira constante
como se desse um bom dia.

Um dia não serei rio,
serei oceano ...

mesmo assim, não confiem
em demasia em mim.

(in Café Literário#30, maio 2007)